Antiga sombrinha virou até artigo de moda pela mãos
dos empresários que sobreviveram aos produtos chineses
Fulminada pelos Chineses após a abertura das
importações na década de 90, a indústria brasileira de guarda-chuvas hoje é
assunto mais para livros de história do que para bate-papo de economistas. No
entanto, antes de sacramentara extinção do setor no País, algo precisa ficar
claro: ainda existem fabricantes nacionais. E eles conseguem lucrar com as
sombrinhas.
A quantidade de empresários em atividade, segundo
comerciantes e fornecedores, mal dá para encher uma das mãos. Eles são, em
geral, micro ou pequenos empreendedores que sobrevivem com a produção por
encomenda de guarda-chuvas e guarda-sóis customizados, demanda que chega
principalmente de empresas de segurança privada ou de marcas interessadas em
preparar materiais promocionais de final de ano.
“Minha produção é quase todinha para hotéis,
estacionamentos e pedidos de grandes empresas. Tenho uns trezentos clientes
aqui e trabalho quase sozinho para atender a demanda”, destaca José Carlos
Gomes, dono da CRG, que também fabrica cadeiras de praia.
O empresário produz 120 mil peças nos meses que antecedem
a temporada de chuvas no Sul e no Sudeste. “A gente chega a empregar,
temporariamente, até 350 pessoas”, diz.
Além dos kits promocionais, há quem consiga remar na
contramão. É o caso da carioca Pumar, com 73 anos de vida. Após praticamente
fehcgar as portas em meados dos anos 90, a empresa reiventou-se e , agora,
cresce sem concorrência.
A Pumar teve perto de mil funcionários nas décadas
de 60 e 70. Após a invasão oriental, porém, restaram cinqüenta profissionais e
o negócio caminhava para o ostracismo. Rumava.
Um plano de sofisticação do produto, associando o
guarda-chuva a um acessório de moda, foi colocado em prática. “Percebi que as
marcas não tinham guarda-chuvas e guarda-sóis em suas coleções. Fui até
empresas como Redley e Osklen e oferci a Pumar para desenvolver e produzir
linhas exclusivas com cara fashion”, conta Lucia Pumar, dona da empresa.
O faturamento chegou a R$9 milhões no ano passado e
a empresa lançou a Maria Pumar, fazendo sua primeira incursão no varejo com uma
loja no Rio de Janeiro. Mais do que guarda-chuvas, a marca trabalha com capas
de chuva, bolsas impermeáveis e capas para tablets. Neste mês, o negócio chegou
a São Paulo com um quiosque no shopping Villa Lobos. “Investiremos R$3 milhões
em nosso plano de expansão. Queremos ter cinco unidades no Rio e dez em São
Paulo.”
Cautela. Não há, porém, um movimento de retomada. É
no que acredita André Nassif, professor de economia internacional da Fundação
Getúlio Vargas (FGV). “A história da Pumar é interessante porque a empresa
fugiu de um modelo de produção intensiva para a inovação, mas o futuro desse
setor vai depender dos rumos da economia brasileira e da China”.
Fonte: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,guarda-chuva-nacional-resiste-e-transforma-se-ate-em-artigo-de-moda-para-escapar-dos-chineses,2268,0.htm
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